segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Contra Todas as Formas de Opressão

"... feministas de todas as cores desafiaram as feministas brancas a juntar-se a elas de modo a remodelar o feminismo como uma teoria e prática capaz de conceituar os laços que ligam entre si as opressões de classe, raça, etnia e gênero, todas elas determinantes para a identidade e a vida da mulher. Elas também redefinem "a luta pela libertação da mulher, como parte de uma luta contra todas as formas de opressão"[10] Tal reconceituação da teoria e prática feministas, busca fazer com que as diferentes experiências das mulheres(wo/men) quanto a uma opressão de múltiplas faces em crescimento, se tornem o eixo central de todos os discursos feministas. Busca mover-se de uma rejeição a uma "política de identidade" para uma política de luta global.

Em geral as feministas têm entendido o patriarcado como a dominação do homem sobre a mulher. Contudo, a teoria feminista usualmente não restringe o significado do termo ao poder do pai sobre seu grupo familiar, como é o caso da teoria social. Ao invés disso, o conceito é desenvolvido como um método para identificar e desafiar as estruturas sociais e ideologias que permitiram aos homens dominar e explorar as mulheres, ao longo de toda a história registrada. Enquanto hoje algumas teóricas feministas rejeitam o patriarcado como não histórico, e como um conceito universal e totalizante, muitas outras o utilizam como chave teórica para explicar a criação e manutenção do poder masculino sexual, social, político e ideológico sobre as mulheres.

Pelo fato da noção do patriarcado ser costumeiramente definida em termos da dualidade do construto de gênero macho/fêmea, a exploração e a vitimização sobre a base do gênero e sexo tornam-se a opressão primária. Conseqüentemente teorias feministas de gênero sustentam que a diferença entre homem/mulher é a mais básica e essencial diferença da humanidade. Nesta visão a diferença entre homens e mulheres é a origem e a base de todas as outras divisões-sejam elas econômicas, culturais, de raça, religião, nacionalidade ou idade. O sistema patriarcal é definido como dominação do homem e exclusão da mulher da política, cultura, história e religião. A dominação patriarcal tem sido onipresente, atravessando totalmente o tempo e o espaço. As mulheres não são somente os objetos e vítimas das regras masculinas, mas também agentes complacentes na medida em que elas têm sacrificado seu próprio interesse em prol do desejo de viver pelo bem estar dos homens."

Elisabeth Schüssler-Fiorenza, Deus (G*d) trabalha em meio a nós. De uma Política de Identidade para uma Política de Luta, traduzido por Neusa Steiner @ Revista de Estudos da Religião - REVER

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Posted by Uac to AntiPatriarcado at 3/05/2006 02:57:00 PM

Um comentário:

Anônimo disse...

Ótimo, o blog voltou. Beijos para todos. No caminho, sempre!

Cau (Clouds, Macacau ou qualquer nome!)

http://macacau.wordpress.com/